A grande imagem
- Denis Villeneuve e Paul Thomas Anderson elogiam o filme de Christopher Nolan Oppenheimer como uma “obra-prima” e sublinhar o impacto que teve na promoção da experiência teatral.
- Anderson enfatiza a influência de Nolan na indústria cinematográfica, afirmando que quando ele fala, as pessoas ouvem e o público é recompensado por isso.
- Ambos os cineastas destacam a importância Oppenheimer sendo lançado nos cinemas, citando a importância de vivenciar o cinema como uma forma de arte e não como mero “conteúdo” a ser consumido.
Cristóvão Nolande Oppenheimer provou ser não apenas um enorme sucesso financeiro, mas também como uma nova pedra de toque para o futuro da “experiência teatral” para cineastas de todo o mundo, e agora tem dois grandes apoiadores na forma de Denis Villeneuve e Paulo Thomas Anderson. Após uma primeira exibição do filme, Villeneuve – cujo filme Duna foi adiado até a primavera de 2024 em resposta às greves em curso – acreditava que o que acabara de ver era uma “obra-prima”.
Villeneuve estava totalmente convencido de que seria um sucesso financeiro, embora tenha admitido que até ele ficou surpreso com o desempenho: “O local onde está agora explodiu minha projeção. É um filme de três horas sobre pessoas falando sobre física nuclear.”
O contemporâneo de Villeneuve, Anderson, destacou que quando Nolan fala, os cineastas e o público aprenderam que é melhor ouvir, pois essas são as palavras de alguém que apenas entende o meio do cinema e é um homem cuja influência deve ser seguida. Anderson afirma: “Quando um cineasta tão forte como Chris aponta o dedo para você e lhe diz aonde ir… você ouve… e o público é recompensado por isso. Conheço alguns cinéfilos que dirigiram de El Paso a Dallas para ver o filme direito. São cerca de 18 horas de ida e volta.”
Em conversa com a Associated Press, tanto Villeneuve quanto Anderson exaltaram as virtudes do filme – e da produção cinematográfica de Nolan – bem como o impacto que teve financeiramente e puramente em termos de promoção da experiência teatral, com a dupla concordando que Oppenheimer fez o cinema parecer um evento novamente. “Não creio que haja alguém que possa discordar – vendo Oppenheimer no filme é superior em todos os aspectos”, disse Anderson. “Sem falar que as pessoas estão cansadas de perguntar: ‘Por que eu iria ao cinema assistir TV?’ Boa pergunta… você não precisa mais fazer isso. Eu chamaria [theaters showing the movie on film rather than digital] isso como a forma de cura da natureza.”
Forma de arte, não conteúdo
Villeneuve concluiu acrescentando que Oppenheimer reforçou sua crença de que o cinema sempre seria visto, principalmente, como uma forma de arte, e não como um “conteúdo” a ser produzido apenas para ganhar dinheiro, independentemente da qualidade. “Existe a noção de que o cinema, na cabeça de algumas pessoas, tornou-se um conteúdo em vez de uma forma de arte. Eu odeio essa palavra, ‘conteúdo’”, disse Villeneuve. “Que filmes como Oppenheimer são lançados na tela grande e se tornam um evento traz de volta a ideia de que é uma forma de arte tremenda que precisa ser vivenciada nos cinemas.”
Oppenheimer atualmente ainda está nos cinemas.